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Mais um sorriso.

Geralmente, eu não tenho muita criatividade para escrever. Mas é meio incompetente de minha parte não ter escrito nada aqui no Roda de Bar.

Serei mais uma vez sem criatividade, e vou copiar a Vanessa: postarei um texto do meu blog. O Xaion disse que sempre que lê algum deles, percebe algo diferente. Seria legal se cada um enxergasse algo diferente nesse texto. Eu acho que é possível. Tá aí o texto:

E eis que, andando pela rua, ele viu um terreno perfeito, plano e sólido. Hesitou por um instante: seria este o qual estava procurando? Decerto não sabia, pois nunca havia pensado naquilo. Mas sentia que era, mesmo que não soubesse exatamente porquê.

Ele sentia-se bem diante daquela planície sem mácula de sombra, não importava de onde o sol viesse. Se juntasse seu rosto àquele solo para mirar o fim daquela terra, veria o infinito.

Mas a hora passava, e ele devia seguir seu caminho, ainda que para isto devesse deixar aquele tapete gramado para trás (apesar disto lhe fazer triste).

Deveras, desligou-se só fisicamente. Seu pensamento aplainava qualquer montanha para poder ver novamente aquela planície; o vento, suave, lhe cantava músicas silenciosas.

Quis novamente ver o terreno perfeito. Saiu a atravessar montanhas e planícies. Mesmo que não lembrasse como era, sabia que iria reconhecer quando o visse. Assim aconteceu.

De fato, ele queria poder ficar mais perto do terreno perfeito, mais vezes. Queria ali construir seu castelo. Mas ele não queria ser soberano naquelas terras; queria só poder ficar ali, e achava justo que àquela terra se desse algo tão precioso quanto a perfeita planície. De todos os modos, pensou cada detalhe do maravilhoso castelo: as torres, as portas, as janelas, os portões, a recepção, os pisos, as paredes, as dobradiças, as cores do quarto e os sabores da cozinha.

Mas ele tinha medo. Tinha medo de não ter percebido algo na perfeição do terreno. Tinha medo daquela terra ruir quando ele pusesse o primeiro tijolo. E mesmo que ele quisesse ficar junto daquele lugar de seus sonhos, não queria feri-lo.

Por mais que seu castelo fosse uma chance de estar sempre onde queria, não queria perder quaisquer oportunidades de ver novamente a planície por conta de um descuido seu.

E, novamente, ele não soube o que fazer.

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3 comentários:

Marcelo Xaion disse...

Esse texto me assusta pela extensão que os signos escolhidos pelo Juliano assumem...

e o medo de se fixar aonde se quer muito e deixar de querer por ter?

"e os sabores da cozinha"?

Carol Avlis disse...

Amei o texto, apesar de não saber exatamente interpretar o que quis dizer. Talvez, amanhã, quando ler de novo, entenderei diferente de agora. Sei lá! Mesmo assim, gostei demais dele.

Diego disse...

É... na verdade esse texto não está muito distante do que está escrito. Não gosto de ler esse texto porque não me faz sentir bem... mas nada que escrevo me faz sentir-me bem, então se dane...rsrs

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